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O problema das duas mesas de negociação

Um dos grandes desafios de uma rede colaborativa é o que se pode chamar de “two-table problem”: os representantes das organizações tomam decisões coletivas na rede, mas estas precisam ser ratificadas ou implementadas nas respectivas organizações. 





Os participantes da rede precisam conseguir convencer seu próprio time e seus próprios pares sobre o que foi decidido. Nem sempre o que foi negociado na rede é aceito nas organizações, gerando reações que vão da (a) discordância (o tema precisará voltar a ser debatido na rede) até a (b) inércia (simplesmente não vamos fazer o que foi decidido) ou (c) a saída da rede ("isso não faz sentido para nossa organização"). 


As três situações geram frustração e redução do comprometimento dos parceiros com as iniciativas da colaboração. O problema das “duas mesas de negociação” nunca poderá ser completamente eliminado, mas alguns processos podem ajudar a minimizá-lo: 


1️⃣ Por óbvio, é preciso garantir que os representantes de cada organização na rede sejam pessoas com poder de decidir pela organização que estão representando. Sem isso, a chance de fracasso é altíssima.


2️⃣ Abordar abertamente o problema nas discussões da rede pode ajudar. Os participantes devem refletir conscientemente (e compartilhar sua percepção) sobre a real possibilidade de as decisões tomadas serem aceitas internamente na sua organização.


3️⃣ É preciso fazer concessões nas decisões coletivas. Não adianta nada tomar uma decisão ousada na rede e engavetá-la nas organizações. Seja realista com o que é possível implementar efetivamente nas organizações parceiras. Isso gera small-wins.


4️⃣ Crie outras arenas de interação, em que pessoas das organizações parceiras (além do principal representante) possam trabalhar juntas e discutir temas nos quais sejam especialistas. No entanto, garanta que está reunindo de fato especialistas em cada tema, que tenham legitimidade para discutir.


5️⃣ Desenvolva líderes de redes que sejam capazes de fazer a leitura do ambiente para entender se aquilo que está sendo negociado será mesmo aceito e implementado pelas organizações. Não se trata de formar videntes, mas pessoas com percepção apurada sobre o perfil dos representantes e das organizações que fazem parte da rede. 


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