O setor automotivo oferece um bom exemplo sobre o nível de competitividade global alcançado nas últimas décadas. Dezenas de empresas competem umas com as outras em praticamente todos os mercados. Nesse e em muitos outros setores não podemos analisar a competição olhando simplesmente para as empresas que dão nome aos produtos. Afinal, a competição não é entre a Toyota, a General Motors e a Volkswagen, mas sim entre as redes colaborativas que cada uma dessas empresas consegue formar e orquestrar com uma miríade de fornecedores e parceiros. Ser competitivo, nesse cenário, significa ser capaz de desenhar, articular e continuamente reformular uma rede colaborativa mais eficiente e inovadora do que os concorrentes.
Esse infográfico produzido pelo site Visual Capitalist mostra muito bem esse argumento: desde 2002, o carro mais vendido nos Estados Unidos é um Toyota! A última vez que uma montadora americana teve o carro mais vendido no mercado mais competitivo do mundo foi em 1996 - um Ford Taurus. Esse resultado mostra a incrível capacidade da Toyota de organizar uma rede de parceiros muito mais eficientes do que seus principais concorrentes ocidentais são capazes de fazer.
Muito além do louvado Sistema Toyota de Produção, a montadora oriental conseguiu implementar práticas de gestão que estimulam a colaboração e a aprendizagem entre os parceiros. Boas práticas não são mantidas em segredo, mas disseminadas por toda a rede para que o produto final seja melhor e, consequentemente, beneficie toda a rede. Os concorrentes ocidentais da Toyota já compreenderam que replicar os ganhos relacionais proporcionados pela atuação em rede é muito mais difícil do que se possa imaginar, justamente porque eles são construídos ao longo do tempo e envolvem uma cultura de colaboração que leva décadas para ser desenvolvida - mas pode ser destruída rapidamente se não for adequadamente cultivada.
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