A cada semana novas notícias sobre acordos de cooperação, alianças e parcerias entre organizações mostram que estratégias cooperativas são usadas para diversas finalidades. O melhor modelo de cooperação em um determinado cenário pode não ser o mais adequada em outro, quando outras condições estão presentes. Na prática, há inúmeras possibilidades de categorizar diferentes tipos de redes. Conhecer esses modelos de redes facilita a decisão dos gestores sobre a forma de cooperação mais adequadas para distintas situações. Abaixo, conheça entenda o que são os Clusters de negócios.
Uma confusão bastante comum é tratar clusters de negócios e arranjos produtivos locais como sinônimos de redes, quando, na verdade, trata-se de fenômenos distintos. Clusters são “concentrações geográficas de empresas de determinado setor de atividade e companhias correlatas. Estas podem ser, por exemplo, fornecedoras de insumos especiais – componentes, máquinas, serviços – ou provedoras de infraestrutura especializada” (Porter, 1999, p.102). As primeiras observações sobre as vantagens proporcionadas pela aglomeração de empresas foram feitas pelo economista Alfred Marshall no início do século XX. Ao analisar empresas do setor de têxteis na Inglaterra, Marshall (1919) concluiu que os clusters (também tratados na literatura como distritos industriais) favorecem o desenvolvimento de mão de obra especializada, oferta de máquinas e serviços voltados às necessidades das empresas do cluster e mesmo a especialização das empresas em atividades específicas. Isso significa que empresas de um mesmo setor, que estejam concentradas geograficamente, terão muito mais facilidade para encontrar um prestador de serviços (serviço de manutenção de uma máquina, por exemplo), do que outras empresas do setor que estejam em regiões isoladas. Como consequência, um cluster também atrai os clientes mais exigentes que, por sua vez, induzirão a inovação das empresas fornecedoras, realimentando a dinâmica do cluster. Entre os clusters mais conhecidos internacionalmente estão o Vale do Silício e Hollywood, ambos nos Estados Unidos. O Vale do Silício reúne as características que tornam a economia local extremamente dinâmica e inovadora, a ponto de se prever que existe uma alta probabilidade de que a próxima empresa de tecnologia de sucesso surja nesse cluster e não em outro local. No Brasil, clusters reconhecidos pela competitividade das empresas são o polo vitivinícola da Serra Gaúcha (reunindo as principais empresas produtoras de vinhos e espumantes do país, além de produtores de insumos, serviços e formação de pessoas) e o polo calçadista de Franca, em São Paulo. Nesses clusters, a proximidade de empresas de um mesmo setor estimula a formação de redes de todos os tipos, desde redes de fornecimento, alianças, projetos colaborativos temporários e redes de inovação. Em outras palavras, clusters não são redes, mas formam um espaço propício ao surgimento de todas as formas de redes porque reúnem as condições que oportunizam a cooperação.
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